terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Diferenças irreconciliáveis

Estou há milênios solteira e às vezes me questiono o motivo. Não que eu tenha tido a vontade REAL de mudar minha situação, mas sempre digo que nenhum homem nunca quer me namorar. Não é pq eu sou feia e chata, pq conheço pessoas bem piores que estão acompanhadas.

Talvez eu dê sinais claros da minha falta (ou perda) de interesse. Acho que tem sido isso o que tem acontecido. Nada de grave, ninguém sacaneia ninguém, ninguém dá bolo em ninguém.... simplesmente algo se perde.

E não é pela pança do sujeito, tampouco o fato dele morar na casa do caralho (já fui de madrugada a Piratininga, já namorei um sujeito de Teresópolis e fui quase apaixonada por um senhor de idade que morava em Jacarepaguá).

Daí estava ali limpando "minha geladeira" e pensando nisso.

Ano passado fui bem a fim de um rapazote. Morador de Botafogo, nerd, trabalhava, tinha liberdade, não era muito feio (corpinho bom, mas quase careca, o coitado), enfim. Defeitos: pé de cana e pão duro. Ah, fazia piadas que eu não achava graça.

Eu fiquei bem interessada nele, apesar de não entender certas maluquices do comportamento dele. Certa vez encontrei ele no centro. Beijamos como se namorássemos há 4 anos. Andamos para o metrô como se fôssemos casados há uns 15 e estivéssemos em crise no casamento. No metrô tentei me aproximar dele, e ele com aquela cara blasée.

- O que houve?
- Nada, tô cansado. Tô doido pra chegar no bar e colocar a mão na sua perna.

Eu achava isso cute. Ele tinha essa mania de sentar ao meu lado e colocar a mão na minha perna, mas eu não achei que isso seria verbalizado um dia.

Na subida da escada rolante do metrô de Botafogo (lugar romântico), ele pegou na minha mão. Depois de milhões de minutos ao meu lado. E lá tive eu que andar de mãos dadas pela Voluntários da Pátria - e já fui inclusive sacaneada por isso.

E eu era a fim dele mesmo, apesar de ele ter bebido uns 12 chopps e dividido a conta comigo (os chopps, petisco e 2 guaranás meus). Até essa data, eu não havia fornecido, mas o que havia se apresentado até ali era uma delícia.

Eis que o encanto acaba numa noite em que ele foi dormir em casa. Primeiro, tive que me deparar com o reflorestamento da selva amazônica entre as pernas dele, o que tornava ainda mais difícil identificar o "instrumento de trabalho" que já era diminuto para meus padrões.

Seguiu-se um sexo burocrático, onde não tive direito a um sexo oralzinho básico - nem sequer uma tentativa de se aprochegar de "mim" pelo menos com a mão! Sim, é isso mesmo. Papai-mamãe MESMO (sim, eu gosto de papai-mamãe, mas não só isso, convenhamos).

No outro dia de manhã, eu até olhei pra ele com uma certa ternura depois do banho, branquiiiiiiiiiiinho, branquiiiiiiiiiiiiinho, brincando com meu cachorro.

E foi a última vez que o vi.

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